24
Fev25
E eu ...
ROMI
E eu
Vestida de negro, como a noite,
Não por morte ou desgosto.
É uma pretensão analfabeta,
Uma crença devocional
que me rasga e amarrota
como se eu fosse papel.
E eu
Vestida de negro, como uma sombra,
Não por negligência ou engano
É como uma paixão que se dança
Que amadurece e se expande
Na berma de um presságio triste.
E eu
Vestida de negro, como o silêncio,
Não por escolha ou acaso.
É um eco que me habita,
Um murmúrio que se enrola,
Resiste e esmorece
Não por escolha ou acaso.
É um eco que me habita,
Um murmúrio que se enrola,
Resiste e esmorece
Na perpendicular de uma prece.
Foto Praia Grande