Fragmentos de partida...
Aperto os sapatos em ritmo de adeus.
Parto em passo planado, com o sol em poente.
Reivindico uma gaivota como complemento de paisagem.
Só depois me afasto, sem carácter de urgência.
Vestida de preto, com salpicos de silêncio
e um apontamento a designar,
levo nas mãos acenos gastos
à força de tanto serem usados.
Remeto-as à inércia!
Pela primeira vez, não olho para trás num gesto póstumo.
Há "nós" e laços, há agora um projeto de consciência em ruína.
Atiro, como uma noiva, um ramo de crisântemos.
Lamento imenso se alguém o apanhou...
" Ela era poesia... ele, não sabia ler."
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