Silêncio em tons de verde...
As sílabas soltam-se das palavras e formam
um labirinto com sombras,
permanentemente mudas,
na ânsia de um adeus póstumo.
Não, não há palavras assim!
Fuma mais um cigarro — que eu não conto porquê.
Apaga a luz ao sair,
quero desligar-me no escuro.
Foi o que disse a saudade, ocupada em nascer e morrer,
num silêncio que quase cala as palavras
forradas de sílabas verdes.
Não, não há palavras assim!
Na metamorfose do nada, verde foi também
o reflexo do teu olhar no meu.
Quis-te com o medo de tudo ser impossível — e ganhei.
Há vitórias assim!
Por vezes, sinto esta vontade estranha
de fazer minutos infindáveis de silêncio, por mim.
Por vezes, deixo os minutos intactos
e olho o teu casaco sobre o meu.
Há abraços assim!
No desalento, morri ontem. Estou tão cansada!
Sou feita de momentos.
Quero lágrimas na despedida — uma ausência não me basta.
Quero uma história de amor com princípio, meio e fim.
Há histórias assim!